Recensione 5 stelle ⭐⭐⭐⭐⭐

per il nuovo album “CINEMA CITY Jazz Scenes from Italian Film”

di Francesco Cataldo Verrina su “Ilventuno.com” e “il21.it“.

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Review in 🇺🇸 English:
“CINEMA CITY-JAZZ SCENES FROM ITALIAN FILM” BY MAFALDA MINNOZZI IS A SONIC SCRIPT WITH A WIDE-ANGLE LENS FOCUSED ON EMOTIONS
The album’s subtitle says “Jazz Scenes From Italian Film”, but just let the disc run and the movies of the world will appear. The music of “Cinema City” by Mafalda Minnozzi recalls the films of our life and the lives of all those who love Italian cinema and its famous soundtracks, especially those by Maestro Morricone. Reimagined in a jazz context, halfway between Italy and Brasil, a land so rich in sounds and possibilities, the album was recorded at São Paulo’s Arsis Estúdio. Since 1996, Mafalda has had Brazil as her primary residence, where she achieved excellent public and critical success by mixing swing, jazz, soul and Bossa nova, mainly through the repertoire of Italian, French and international authors. The choice to play and sing certain soundtracks, through a pleasant narrative plot based on refined and elegant arrangements created by Mafalda and Paul Ricci, was validated from the support of some fine musicians in the studio and some excellent collaborations, such as Dave Liebman, Luca Aquino, Graham Haynes, Art Hirahara and Jorginho Neto who, thanks to technology, recorded their appearances in various studios around the world, from Naples to New York.
The album opens with “La Dolce Vita” by Nino Rota, capable of recreating the intriguing atmosphere of Fellini, languid and retro, amplified by the flugelhorn of Graham Haynes and enriched by a pleasant whistle that contrasts with the impeccable vocals of Minnozzi. Henry Mancini’s “Loss of Love” becomes a twilight ballad embroidered by Paul Ricci’s guitar and embellished by the singer’s vocal mosaic.
“Metti Una Sera A Cena” by Ennio Morricone, redesigned in the form of a groove, is an intimate dispenser of emotions and positive vibes, like a passionate cinematic sequence.
And here’s the album’s other spearhead, “Love Theme – Nuovo Cinema Paradiso”, where Dave Liebman’s soprano, contrasted by Minnozzi’s vocals that seem to challenge the sax’s highest register, reaches the level of harmonious enchantment. The classic «Amapola» with a smooth swing step, interpreted with a Latin taste, extended by a guitar that speaks to the Gods, becomes the perfect breeding ground for those looking for instant emotions.
The title song of “Amici Miei” takes on the contours of a popular ballad, especially in the lyrics. The melody is wrapped in the typical atmosphere of a winter night in an ideal metropolis, painted down to the smallest detail by Graham Haynes’ horn. In the opening part, Art Hirahara’s organ entices Stelvio Cipriani’s “Anonimo Veneziano” into a decidedly sixties mood, but the change of pace dictated by Tiago Costa’s piano produces a harmonic wave with hints of a bossa flavor. Excellent in the supporting role is the constant and impeccable work of Sidiel Vieira on bass and Ricardo Mosca on drums.
“E La Chiamano Estate” by Bruno Martino and Franco Califano is once again presented to the world on a silver platter, where the pathos-filled Minnozzi’s musicality is wrapped in an almost bluesy movement. Moments of extreme lyricism come together in asmooth rendition of Morricone”Nella Fantasia”, embellished by Luca Aquino’s flugelhorn foundation. “L’Appuntamento – Sentado à Beira do Caminho” is another Italian-Brazilian classic, and while memory takes us back to Ornella Vanoni’s version, Mafalda Minnozzi’s skill allows her to avoid the effect/defect of a literal and contained re-reading.
“Arrivederci Roma” by Renato Rascel is another Italic fresco brought back to an international dimension, enriched by unprecedented vocal accents and fresh sonorities with jazzy characteristics highlighted by Jorginho Neto’s magnificent trombone. The end is all Ennio Morricone’s exclusive domain with “Se” and “Maturity”, beautiful and moving, again from Nuovo Cinema Paradiso and with the wonderful “Deborah’s Theme”, with the voice in the close-up in the style of Sergio Leone, confirming that between the Wild West and Brazil, the principle road is still Italy. “Cinemacity – Jazz Scenes From Italian Film” by Mafalda Minnozzi is a perfect sonic script with a wide-angle lens constantly focused on emotions
By Francesco Cataldo Verrina
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Resenha crítica in 🇧🇷 Português:
“CINEMA CITY, JAZZ SCENES FROM ITALIAN FILM” DE MAFALDA MINNOZZI É UM ROTEIRO SONORO COM UMA LENTE GRANDE-ANGULAR FOCADA NAS EMOÇÕES.
O subtítulo do álbum diz “Jazz Scenes From Italian Film”, mas apenas deixe o disco rodar e o filme do mundo vai aparecer. A música de “Cinema City” de Mafalda Minnozzi conta o filme da nossa vida e da vida de quem já amou o cinema italiano e as suas famosas trilhas sonoras, especialmente as do Maestro Morricone, reimaginadas num contexto jazzístico, a meio caminho entre Itália e Brasil, a terra rica em sons e sugestões onde o disco foi gravado no Arsis Estúdio em São Paulo.
Desde 1996, Mafalda tem como domicílio fiscal e artístico o Brasil, onde alcançou excelente sucesso de público e crítica ao misturar swing, jazz, soul e bossa nova, principalmente pelo repertório de autores italianos, franceses e internacionais.
A escolha de tocar e cantar algumas trilhas sonoras, através de um enredo narrativo agradável baseado em arranjos refinados e elegantes, criados pela mesma cantora e por Paul Ricci, foi corroborada pelo apoio de valentes músicos no estúdio e excelentes colaborações, como Dave Liebman, Luca Aquino, Graham Haynes, Art Hirahara e Jorginho Neto que, graças à tecnologia, gravaram suas participações em vários estúdios ao redor do mundo, de Nápoles a Nova York.
O álbum abre com “La Dolce Vita” de Nino Rota, capaz de recriar a intrigante atmosfera de Fellini, lânguida e retrô, ampliada pelo flugelhorn de Graham Haynes e enriquecida por um assobio agradável que contrasta com o impecável “vocalês” da Minnozzi. “Loss of Love” de Henry Mancini torna-se uma balada crepuscular bordada pela guitarra de Paul Ricci e embelezada pelo mosaico vocal da dona do projeto. “Metti Una Sera A Cena” de Ennio Morricone, redesenhada em forma de swing, é um pequeno dispensador de emoções e vibrações positivas, como uma sequência cinematográfica apaixonante.
E aqui está a outra ponta de lança do álbum, “Love Theme – Nuovo Cinema Paradiso”, onde o soprano de Dave Liebman, contraposto pelas vocalizações de Minnozzi que parecem desafiar o registro mais alto do sax, atinge o patamar de um encantamento harmonioso. O clássico “Amapola” com um passo suave de swing, interpretado com gosto espanhol, prolongado por uma guitarra que fala aos Deuses, torna-se o terreno fértil perfeito para quem procura emoções rápidas.
O tema principal de “Amici Miei” ganha contornos de balada popular, principalmente nas letras. A melodia é envolta na atmosfera típica de uma noite de inverno numa metrópole ideal, pintada até os mínimos detalhes pela corneta de Graham Haynes. Na parte inicial, o órgão de Art Hirahara arrasta “Anonimo Veneziano” de Stelvio Cipriani para um clima decididamente dos anos sessenta, mas a mudança de ritmo ditada pelo plano de Tiago Costa produz uma onda harmônica com um sabor vagamente bossa. Excelente na retaguarda o trabalho constante e impecável de Sidiel Vieira no baixo e Ricardo Mosca na bateria.
“E La Chiamano Estate” de Bruno Martino e Franco Califano é devolvida ao mundo dos homens em uma bandeja de prata, onde a música da Minnozzi cheia de pathos é envolta em um movimento quase blues. Momentos de extremo lirismo se reúnem na suave interpretação de “Nella Fantasia” de Morricone, embelezada pelos contrafortes do flugelhorn de Luca Aquino. “L’Appuntamento – Sentado à Beira do Caminho” é outro clássico ítalo-brasileiro, e a memória corre para Ornella Vanoni, mas a habilidade de Mafalda Minnozzi permite evitar o efeito/defeito de uma releitura caligráfica e comportada.
“Arrivederci Roma” de Renato Rascel é outro afresco itálico trazido de volta à dimensão internacional, enriquecido por acentos vocais inéditos e novas sonoridades com características somáticas jazzísticos destacadas pelo magnífico trombone de Jorginho Neto. O final é toda prerrogativa de Ennio Morricone com “Se” e “Maturity”, lindos e comoventes, novamente do Nuovo Cinema Paradiso e com o maravilhoso “Tema de Débora”, com a voz em primeiríssimo plano no estilo do Sergio Leone, confirmando que, entre West e Brasil, a estrada principal ainda é a Itália. “Cinemacity – Jazz Scenes From Italian Film” de Mafalda Minnozzi é um roteiro sonoro perfeito com uma lente grande-angular constantemente focada nas emoções.
De Francesco Cataldo Verrina